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Registro de autoridade
Agricultor

Eduardo Jaunsem

  • Pessoa
  • 1896-1997

Eduardo Jaunsem nasceu no dia 11 de fevereiro de 1896 na cidade de Liepaja, na Letônia, e chegou no Rio Grande do Sul, – Brasil em maio de 1914. Jaunsem residiu nas proximidades da colônia de Ijuhy, na Linha 11, Leste, região rural, na qual onde exercia a função de agricultor e nos momentos de lazer, fotógrafo. No país, sua principal atividade foi a agricultura, mas cultivou sua paixão pela fotografia, o que repercutiu na produção de diversas imagens da zona rural, suas paisagens naturais e cotidiano do homem no campo. Jaunsem viveu até 101 anos de idade e no período de 1974 a 1986, gradativamente, decidiu -se por doar seu acervo para preservação ao Museu Antropológico Diretor Pestana. Sobre a prática fotográfica exercida por Jaunsem:
"[...] desenvolve uma experiência original tanto como fotógrafo autodidata como pelo caráter lúdico de sua produção, ao registrar o meio em que vive, a compreensão que tem desse meio, suas emoções. Visualiza a contribuição dos imigrantes, em especial dos letos, enquanto produtores agrícolas e construtores da nova sociedade” (Marques; Grzybowski, 1990, p. 11).

Embora Jaunsem deixasse a fotografia como uma função secundária para não se descuidar da propriedade rural, não deixava de contribuir para o sindicato dos fotógrafos e atualizar seus equipamentos na capital (Porto Alegre), havendo ocasiões em que era procurado na região para retratar casamentos, festas, piqueniques, entre outros eventos sociais da época. No entanto, Seus registros favoritos, no entanto, eram as paisagens, incluindo lavouras, algumas culturas agrícolas, as atividades dos colonos e elementos da natureza, tais como cachoeiras, bosques, a terra e as nuvens do céu. Seu gosto pela “natureza e o homem cotidiano é uma possibilidade de aproximar suas obras com as tendências do pictorialismo e mais tarde da fotografia moderna” (Canabarro, 2011, p. 160).

Referências:
CANABARRO, Ivo dos Santos.. Dimensões da cultura fotográfica no sul do Brasil. Ijuí: Ed. Unijuí, 2011. (Coleção Museu Antropológico Diretor Pestana).

MARQUES, Mario Osorio; GRZYBOWSKI, Lourdes Carvalho. História visual da formação de Ijuí, Rio Grande do Sul. Ijuí: Ed. Unijuí, 1990. (Coleção centenário de Ijuí; n.7).

Família Beck

  • Família
  • Séculos XIX e XX

A família Beck tem seu reconhecimento pelas atividades fotográficas que exerceu, iniciadas com Carlos Germano Beck, imigrante da Alemanha que se instalou no Rio Grande do Sul, Brasil, em 1896 . Primeiro, Carlos Germano e sua esposa Clotilde Tarka Beck, provisoriamente permaneceram em Silveira Martins e Cruz Alta, posteriormente, em 1897 foram residir na Colônia Ijuhy (atual município de Ijuí fundado em 1890), na Linha 2, Leste, próximo ao núcleo urbano da colônia e atuaram na agricultura e criação de pequenos animais. O casal teve oito filhos: Jorge Alberto, Reinaldo Otto, Carlos Henrique, Olga Anna, Willy Frederico, Ema Elsa, Alfredo Adolfo e Walter Hugo. A propriedade rural era administrada, principalmente por Clotilde, os filhos e empregados assalariados da família, enquanto Carlos trabalhava como fotógrafo itinerante, tanto pelas redondezas, como em regiões mais distantes do estado, viajando até por um mês, sem retornar para casa. Primeiramente, no mesmo ano em que chegou à colônia, Carlos começou a produzir fotografias sobre o local, cujo laboratório e o estúdio ao ar livre, instalados na propriedade, atendiam a população local que se afirmava econômica e socialmente . O fotógrafo ensinou o ofício aos filhos, que deram continuidade às atividades no estúdio, onde em 1908, a família deixou a propriedade rural para viver integralmente da fotografia no núcleo urbano da colônia, ainda com o estúdio na própria residência ao ar livre e realizando trabalhos itinerantes. Em 1916, Carlos abriu o primeiro estúdio em ambiente fechado e exclusivo às atividades profissionais, na principal rua da cidade, tornando-se referência no ramo e posteriormente, em 1920, o atelier foi transferido próximo à praça central da cidade. O nome dado ao estúdio foi “Germano Beck & Filhos”, com aperfeiçoamento das técnicas como o retoque, a coloração em negativos e imagens reveladas, confecção de álbuns e quadros, inclusive, o filho mais velho, Jorge Alberto participou de um curso ministrado por Virgilio Calegari (1868-1937), um dos profissionais de destaque no cenário fotográfico no Rio Grande do Sul. Após falecimento de Carlos, em 1926, os filhos passaram a administrar o negócio, principalmente por Alfredo Adolfo, Carlos Henrique e Walter Hugo, pois os demais, Reinoldo Otto e Willy Frederico passaram a exercer outras atividades no comércio, por fim, Jorge Alberto passou a atuar como fotógrafo em Cruz Alta. Na década de 1940, o atelier contava com empregados externos, devido ao falecimento gradativo dos irmãos, restando apenas Alfredo Adolfo, que assumiu a direção do espaço até 1980, ano em que encerra as atividades como profissional e fotografando eventualmente. Conforme relatório de atividades de 1975 e outros documentos do MADP, menciona-se o estúdio que Alfredo administrava como “Foto Beck”.

Fonte:
CANABARRO, Ivo dos Santos.. Dimensões da cultura fotográfica no sul do Brasil. Ijuí: Ed. Unijuí, 2011. (Coleção Museu Antropológico Diretor Pestana).

Arquivo FIDENE/Museu Antropológico Diretor Pestana. Acervo MADP.