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Registro de autoridade
Ijuí/RS
SPINATTO
Família Beck
Família · Séculos XIX e XX

A família Beck tem seu reconhecimento pelas atividades fotográficas que exerceu, iniciadas com Carlos Germano Beck, imigrante da Alemanha que se instalou no Rio Grande do Sul, Brasil, em 1896 . Primeiro, Carlos Germano e sua esposa Clotilde Tarka Beck, provisoriamente permaneceram em Silveira Martins e Cruz Alta, posteriormente, em 1897 foram residir na Colônia Ijuhy (atual município de Ijuí fundado em 1890), na Linha 2, Leste, próximo ao núcleo urbano da colônia e atuaram na agricultura e criação de pequenos animais. O casal teve oito filhos: Jorge Alberto, Reinaldo Otto, Carlos Henrique, Olga Anna, Willy Frederico, Ema Elsa, Alfredo Adolfo e Walter Hugo. A propriedade rural era administrada, principalmente por Clotilde, os filhos e empregados assalariados da família, enquanto Carlos trabalhava como fotógrafo itinerante, tanto pelas redondezas, como em regiões mais distantes do estado, viajando até por um mês, sem retornar para casa. Primeiramente, no mesmo ano em que chegou à colônia, Carlos começou a produzir fotografias sobre o local, cujo laboratório e o estúdio ao ar livre, instalados na propriedade, atendiam a população local que se afirmava econômica e socialmente . O fotógrafo ensinou o ofício aos filhos, que deram continuidade às atividades no estúdio, onde em 1908, a família deixou a propriedade rural para viver integralmente da fotografia no núcleo urbano da colônia, ainda com o estúdio na própria residência ao ar livre e realizando trabalhos itinerantes. Em 1916, Carlos abriu o primeiro estúdio em ambiente fechado e exclusivo às atividades profissionais, na principal rua da cidade, tornando-se referência no ramo e posteriormente, em 1920, o atelier foi transferido próximo à praça central da cidade. O nome dado ao estúdio foi “Germano Beck & Filhos”, com aperfeiçoamento das técnicas como o retoque, a coloração em negativos e imagens reveladas, confecção de álbuns e quadros, inclusive, o filho mais velho, Jorge Alberto participou de um curso ministrado por Virgilio Calegari (1868-1937), um dos profissionais de destaque no cenário fotográfico no Rio Grande do Sul. Após falecimento de Carlos, em 1926, os filhos passaram a administrar o negócio, principalmente por Alfredo Adolfo, Carlos Henrique e Walter Hugo, pois os demais, Reinoldo Otto e Willy Frederico passaram a exercer outras atividades no comércio, por fim, Jorge Alberto passou a atuar como fotógrafo em Cruz Alta. Na década de 1940, o atelier contava com empregados externos, devido ao falecimento gradativo dos irmãos, restando apenas Alfredo Adolfo, que assumiu a direção do espaço até 1980, ano em que encerra as atividades como profissional e fotografando eventualmente. Conforme relatório de atividades de 1975 e outros documentos do MADP, menciona-se o estúdio que Alfredo administrava como “Foto Beck”.

Fonte:
CANABARRO, Ivo dos Santos.. Dimensões da cultura fotográfica no sul do Brasil. Ijuí: Ed. Unijuí, 2011. (Coleção Museu Antropológico Diretor Pestana).

Arquivo FIDENE/Museu Antropológico Diretor Pestana. Acervo MADP.

Vários
Gieseler
Família
Diversos
Martin Robert Richard Fischer
Pessoa · 10/02/1887-16/09/1979

Martin Robert Richard Fischer, conhecido como Martin Fischer (10/02/1887-16/09/1979), nascido na cidade de Koenigsberg na Alemanha, emigrou para o Brasil, no Rio Grande do Sul em 1921, após combater na 1ª Guerra Mundial (1914-1918) e concluir o doutorado. Porém, acabou retornando à Alemanha e foi redator da Agência de Notícias Wolfs Telegraphen Büro, em Berlim. Em 1934 saiu do país novamente ao aceitar um convite para representar a Agência Noticiosa Alemã (DNB) em Buenos Aires na Argentina, residindo no povoado de Passarinhos, município de Palmitos - SC, ficando até 1937, quando deixou o cargo e foi para o Rio Grande do Sul.
Ele viveu numa propriedade rural em Iraí junto com sua companheira Carlota, ainda mantendo contatos com a imprensa, como o Correio Serrano e jornais de várias capitais, até que em 1951 foi residir em Ijuí para atuar na área. Fischer foi correspondente de jornais estrangeiros, redator durante muitos anos do suplemento alemão “Die Serra Post” do Correio Serrano, editor de almanaque na língua alemã “Serra Post Kalender”, da mesma empresa, e produzia e apresentava a “Hora Alemã”, programa na Rádio Repórter de Ijuí. Como ele alimentava o sonho de criar um museu na cidade, articulou junto à Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ijuí (FAFI), com apoio do diretor Prof. Mário Osorio Marques (na época ainda Frei Frei Matias), a criação do Museu Antropológico Diretor Pestana, em 1961.
Na época, Martin Fischer passou a coletar documentos e objetos das famílias da região, formando aos poucos o acervo. Mas, para dar o primeiro passo, doou sua própria coleção de objetos indígenas (armas de pedra, cerâmica, ponta de flecha), trazidas de Iraí, e uma grande coleção de recortes de jornais, cuidadosamente catalogados e arquivados que ele vinha reunindo ao longo dos anos. Em 1973, desligou-se do Museu, deixando seu sonho realizado. No dia de seus 90 anos, recebe do governo municipal, por iniciativa do prefeito Wilson Mânica o título de “Cidadão Ijuiense”. A Fidene o distinguiu com o título de “Professor Benemérito”. Ele viveu em Ijuí até seu falecimento, aos 92 anos.

Fonte: Adaptado de Kema: informativo MADP, Ano I, Número 2, Julho 2008, p.2