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Luiz Germano Gieseler

  • Não consta
  • Person
  • n. 27/7/1870 m. 25/5/1954

No contexto da cultura fotográfica disseminada pelos colonos alemães no noroeste do Rio Grande do Sul, apresenta-se o agricultor, administrador de moinho e fotógrafo Luiz Germano Gieseler , nascido Ludvig Hermann Gieseler em 27 de julho de 1870, na cidade de Kemberg, região sul do distrito de Wittenberg, pertencente ao estado da Alta Saxônia na Alemanha. Sua vinda ao Brasil teve início em 08/10/1881, no ducado de Bernburg, pertencente a Anhalt, com partida do trem para o porto de Antuérpia, na Bélgica em 11/10/1881, na companhia de seus pais e irmãos, onde saem de navio para o Brasil. Ao chegar no porto do Rio de Janeiro, aguardado o procedimento legal de entrada no país, a família partiu em direção a Porto Alegre, estado do Rio Grande do Sul num barco a vapor. Posteriormente, eles pegaram outro barco até Rio Pardo, e por fim, carroças para o destino final, Santa Cruz do Sul, onde se instalaram após 47 dias de viagem desde a saída da Europa.
Seu pai Ludvig Hermann Gieseler (homônimo de seu filho), nasceu em 16 de maio de 1839, na cidade de Ostrau, distrito de Bitterfeld, no estado da Saxônia e sua mãe, Johanne Rosine Henriette Gieseler (nascida Enge), em 08 de novembro de 1844, na região de Lubast, pertencente à cidade de Kemberg. Os irmãos de Luiz Germano, todos nascidos na Alemanha, eram Henriqueta Helena Ida (06/04/1872-07/06/1943), Fritz Willy Gieseler (06/03/1874-12/10/1965), Paul Emil Max Gieseler (25/01/1876-07/06/1943) e Clara Helena Hedwig (07/08/1878-08/01/1946).
Ludvig Hermann conhecia o ofício de moagem e era perito na construção de moinhos (BINDÉ, 2005, p.114), assim como Albert Gieseler, também da família, era proprietário de moinho . Portanto, o ofício foi bem presente na família e, posteriormente transmitido a Luiz e seus descendentes. Seu pai Ludvig também detinha conhecimentos de engenharia para a construção de estradas de ferro, que ironicamente, foi um dos fatores que o fez deixar seu país, pois com o estágio de desenvolvimento industrial alemão já avançado, havia uma saturação de trabalhadores nessa área (SIEKIRSKI; LAZZAROTTO, 1987, p.21).
Desde jovem, Luiz Germano acompanhava o trabalho do pai, que exercia a atividade de moagem de cereais e lapidação de pedras, ficando em Santa Cruz do Sul por dezoito anos. Ainda que no Brasil, os colonos deveriam dominar as atividades rurais de subsistência, na comunidade colonial alemã era comum a prática de ofícios urbanos, como artesãos e outras atividades, onde produziam seus próprios instrumentos de trabalho. Cunha (1998, p.129) relata sobre um aspecto próprio da comunidade imigrante que chega da Alemanha em Santa Cruz do Sul/RS, que diz respeito à quantidade, um pouco acima do esperado, de artesãos: “é grande o número de artesãos entre os que chegam à Colônia”. O autor menciona uma lista de profissionais, documento da diretoria da colônia do século XIX denominada “Mestres de artes e ofícios – Santa Cruz, 1866” , que citava o construtor de moinho.
A religião oficial da família era evangélica protestante, também conhecida como “reformada” (doutrina baseada na Reforma Luterana), conforme constatado por Cunha (1998, p.127), a tradição da crença luterana era predominante entre os colonos alemães em Santa Cruz do Sul, durante a década de 1850. Luiz Germano, assim como seu pai, inclinou-se profissionalmente ao ofício da moagem de cereais. Sua formação escolar foi na Escola Alemã ligada à Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil (IECLB), atual Rede Sinodal de educação (RSE), como era natural nos locais que residiam os colonos alemães no sul do Brasil. Ainda nesta cidade, ele viveu até seus vinte e oito anos e se casou com Maria Emilie Niedersberg (25/09/1872-01/08/1964) em 29 de agosto de 1893 e naquela cidade tiveram três filhos: Emilie Anna (17/06/1894), Henrique Arthur Max (14/09/1896); Emílio Ernesto (20/03/1899).
Com a expansão da colonização na região noroeste do Rio Grande do Sul, a família teve o interesse de se mudar, também em decorrência da longa estiagem ali presente, o que a motivava ir para um lugar com água em abundância . A Colônia Ijuhy (atual Ijuí) pareceu a Ludvig e seu filho um atrativo, pelo rápido desenvolvimento do local e diversificação da produção agrícola, além de grandes rios no seu entorno. Em 1899, Luiz Germano, seus país e irmãos, sua esposa e seus filhos saíram de Santa Cruz (BINDÉ, 2005, p.114) para viver na região noroeste.
De acordo com Bindé (2005), ao chegarem em Ijuhy, primeiramente, os pais de Luiz Germano, Ludvig Hermann e Johanne se instalaram numa área pré-definida na Linha 3 e 4, Leste, próximo a uma cascata, hoje denominada Wazlawick do Rio Potiribu (na época Arroio da Ponte). Porém, Luiz Germano preferiu procurar outro lote, pois aquele não havia o agradado tanto, deixando seus pais se estabelecerem ali, enquanto que ele e seu núcleo familiar foram residir em outro local. A área escolhida foi uma propriedade nas Linhas 1 e 2, Leste às margens do Arroio da Ponte, com a presença de uma queda d´água. Ali, já havia um moinho ativo por muitos anos, pertencente a Roberto Gloss, que como tinha falecido, naquele período, a venda da propriedade a Luiz Germano foi efetuada pela viúva Maria das Dores Gloss .
Segundo Bindé (2005, p.114), a assinatura da escritura ocorreu em 24 de fevereiro de 1899 e a concretização da compra em 22 de maio daquele ano. Assim, a família iniciou a construção da residência em alvenaria, um segundo moinho e a compra de um descascador de arroz (ibid., p.115-116). O moinho começou a ser construído perto de 1902 e quando estava quase finalizada a obra, o antigo moinho, que já existia no lote antes da chegada de Luiz Germano, foi destruído por uma enchente no início de 1907. Relata-se que as pedras dos destroços, ainda poderiam ser vistas depois de décadas do ocorrido. Por isso, o acontecimento também motivou a ativação da nova construção, que ocorreu em 27 de junho de 1907.
Antes da finalização das edificações, conta-se que a família vivia no modo de acampamento, ou usando o moinho antigo como abrigo. Antes de concluída as obras da residência em alvenaria, onde o moinho recente comportava um espaço que abrigava a família. Em junho de 1923, a Usina hidrelétrica da Sede, atualmente conhecida como Usina Velha, “situada na margem oposta do rio, que dava de frente para a propriedade, já funcionava e, portanto, a propriedade da família usufruía de iluminação elétrica” (BINDÉ, 2005, p.116) a partir desta data.
Estabelecidos no noroeste do estado, Luiz Germano e Maria Emilia tiveram mais dois filhos, Paulo Otto Germano (16/04/1906) e Adolfo Ricardo Guilherme (11/01/1911). O cotidiano na propriedade da família era de muitas atividades, ligadas ao plantio de sustento próprio e criação de vacas e pequenos animais.
O moinho era a principal fonte de renda familiar, embora também produziam leite e derivados como complemento. Relata-se a bela visão da propriedade às margens da represa do Arroio da Ponte naqueles tempos, além dos espaços bem estruturados da propriedade, como a alvenaria das edificações, com amplos cômodos e varanda. Conta-se que a residência possuía uma grande sala, onde todos se reuniam para fazer bailes, inclusive, um vizinho da família que tinha uma gaita participava dos eventos festivos para entretê-los, reunindo-se amigos e parentes.
Com base no diagnóstico do acervo e depoimentos coletados, durante a vida de Luiz Germano Gieseler, o mesmo exerceu várias atividades, sendo a profissão oficial, a de administrador do próprio moinho. Gieseler possuía várias habilidades, pois dominava a construção de edificação em alvenaria (moinho e residência), planejando e executando seus imóveis, também consertava seu próprio veículo, o Ford modelo T do início do século XX, com imagens dele no acervo. Ao aprender a dirigi-lo, o mesmo passeava para visitar filhos que já viviam distantes, além dos parentes. Algumas viagens realizadas foram para Marcelino Ramos e Santa Rosa, em visita aos filhos mais velhos, como também para Santa Cruz do Sul, ao rever os familiares da esposa e do ex-vizinho João Hauth, que também era padrinho de Emílio Ernesto Gieseler. Durante a Segunda Guerra Mundial, houve escassez de combustível e por isso, o automóvel não podia ser utilizado, acabando por ser vendido.
Nos últimos anos da vida de Luiz Germano, o mesmo, assim como outros de sua geração, os remanescentes do processo de colonização, chamados pioneiros ou colonos eram homenageados durante comemorações municipais . Seu falecimento foi no dia 25 de maio de 1954 de esclerose cerebral e seu filho Paulo Otto Germano, que “desde a infância acompanhava as atividades do pai” (BINDÉ, p.117), acabou assumindo a administração da propriedade familiar e do moinho.
Mais tarde, quando Paulo começou a ficar indisposto para continuar as atividades do moinho, seus filhos Alfredo Germano e Edgar Beno já cuidavam da firma. Paulo Otto Germano faleceu em 26 de janeiro de 1992 e Alfredo Germano, nascido em 18 de dezembro de 1934, passou a administrar o moinho. Edgar optou por viver na zona urbana da cidade para continuar os estudos e seguir novos rumos profissionais, tornando-se contador e atuando no ramo imobiliário. A irmã deles, Alice Gerda Hieck, nascida Gieseler, ao se casar, também saiu da residência para morar em São Leopoldo/RS, não retornando mais para Ijuhy. Após o falecimento de Alfredo em 21 de fevereiro de 2002, seu filho Nestor Alfredo, também conhecido como “Chico”, passou a administrar a propriedade, mas a atividade de moagem não durou por muito tempo. Apesar do moinho fechar antes de 2005, ainda atualmente (2018), Nestor Alfredo reside na propriedade com sua esposa e sua mãe.

Referências:

  • Documentos bibliográficos:

BINDÉ, Ademar Campos. As etnias em Ijuí: alemães/Ademar Campos Bindé. Ijuí: [s.n.], 2005.
ÁVILA, Luis carlos. Guia biográfico das ruas de Ijuí. 2 ed.(com mapas). Ijuí, 1982.
KLEIN, Remi; BECKER, Tiago. De escolas comunitárias à Rede Sinodal de Educação: princípios evangélico-luteranos. In.: Rev. Pistis Prax., Teologia e Pastoral. Curitiba, v. 9, n. 3, 629-643, set./dez. 2017. Disponível em: < https://periodicos.pucpr.br/index.php/pistispraxis/article/view/11126>. Acesso em: junho de 2018.
SIEKIRSKI, Marli; LAZZAROTTO, Danilo. Povoado Santana conta sua história. Ijuí: Ed. Unijuí, 1987. (Coleção centenário de Ijuí, 4).

  • Documentos textuais:

Certidão de Óbito de Joanna Henriqueta Gieseler, 2ª via. Emissão: Serviço de Registro de Pessoas Naturais e Registros Especiais Milton Diemer - Oficial Registrador, Fabricio Eickhoff Diemer - Registrador substituto, Comarca de Ijuí/RS. Data: 10/04/2013. Arquivo pessoal de Edgar Beno Gieseler, Ijuí-RS.
GIESELER, Edgar Beno. Dossiê 1: pesquisa documental, contexto e identificação das fotografias do acervo de Luiz Germano Gieseler. Ijuí, 2014-2015. 52 p. Arquivo pessoal de Edgar Beno Gieseler, IjuíRS.
GIESELER, Edgar Beno. Dossiê 2: pesquisa documental, contexto e identificação das fotografias do acervo de Luiz Germano Gieseler. Ijuí, 2014-2015. 38 p. Arquivo pessoal de Edgar Beno Gieseler, Ijuí-RS.
GIESELER, Edgar Beno. Dossiê 3: pesquisa documental, contexto, transcrição e tradução de documentos pessoais e de propriedade da família Gieseler. Ijuí, 2012. 100 p. Arquivo pessoal de Edgar Beno Gieseler, Ijuí-RS.
Registro de batismo de Luiz Germano Gieseler em 07 de agosto de 1870, realizado pela Igreja Evangélica de Kemberg-Alemanha. Arquivo pessoal de Edgar Beno Gieseler, Ijuí-RS.

  • Documentos sonoros:

GIESELER, Alfredo Germano. Entrevista [mar.1994]. Entrevistador: Danilo Lazzarotto. Ijuí: FIDENE, 1994. 1 fita cassete (20 min). Arquivo FIDENE do Museu Antropológico Diretor Pestana/FIDENE, Ijuí-RS.
HIECK, Alice Gerda. Entrevista [mar.2017]. Entrevistador: Amanda Keiko Higashi. Ijuí: 2017. 1 áudio digital (1h, 15 min, 40 s).

  • Documentos iconográficos/fotográficos:

BECK, Família. Fotografia CB 6.4 0022: Inauguração Busto Augusto Pestana, Praça República– Ijuí, 1940. Coleção Família Beck, Acervo MADP/FIDENE, Ijuí-RS.

Ildo Weich

  • Person

Natural de Palmeiras das Missões (RS), Ildo Weich começou a fotografar com 15 anos, sendo autor da bela fotografia da neve de 1965, registrada na Estação Ferroviária de Ijuí. Seu primeiro estúdio ficava no Cine América, que foi destruído por um raio, fato que o fez instalar outro, próximo à escola Ruizinho, o “Foto Cisne”. Weich também foi reconhecido por seu pioneirismo no processo fotográfico em cores.

Ildo Weich

  • Person
  • Século XX

Natural de Palmeiras das Missões (RS), Ildo Weich começou a fotografar com 15 anos, sendo autor da bela fotografia da neve de 1965, registrada na Estação Ferroviária de Ijuí. Seu primeiro estúdio ficava no Cine América, que foi destruído por um raio, fato que o fez instalar outro, próximo à escola Ruizinho, o “Foto Cisne”. Weich também foi reconhecido por seu pioneirismo no processo fotográfico em cores.

Monsenhor Pio José Busanello

  • Person
  • 26/09/1914-22/08/1955

Monsenhor Pio José Busanello, também conhecido como Pe. Pio, nasceu em Nova Palma e foi vigário na Paróquia da Natividade por mais de 30 anos. Pe. Pio atuou em diversas áreas na comunidade de Ijuí: contribuiu com a fundação do Círculo Operário de Ijuí, que veio a dar origem a diversos Sindicatos Ijuienses; organizou e dirigiu o Coro “Santa Cecília” foi autor de arranjos e composições de cânticos sacros; foi mestre da Escola Normal sagrado Coração de Jesus; assistente do HCI; prestou serviços à população como radioamador. Ele faleceu em Nova Palma.
Fonte: Adaptado do Guia Biográfico das ruas de Ijuí, de Luis Carlos Ávila. p. 30 e 31

João Ferreira Filho

  • Person
  • 11/02/1929-15/03/2004

João Ferreira Filho nasceu em Pau dos Ferros, Rio Grande do Norte, filho de João Ferreira de Souza e Josefa Nogueira de Queiroz. Sua caminhada espiritual começou quando foi batizado aos 14 anos, quando recebeu o Espírito Santo. Posteriormente, toda a sua família tornou-se cristã, sendo seu irmão mais velho designado a pastor.
Em 1945, João Ferreira Filho deixou a cidade onde nasceu e mudou-se para Natal, capital do Estado do Rio Grande do Norte. No ano seguinte, ingressou na Marinha de Guerra, transferindo-se para o Rio de Janeiro e iniciou o curso de economia. Em 1947, em função de uma transferência para o Estado do Rio Grande do Sul, João foi atuar na cidade de Uruguaiana pela Marinha e, posteriormente, em Barra de Quaraí e Porto Lucena. Devido à sua mudança, ele não conseguiu concluir o curso de economia, que estudou por três anos. Nos anos de 1948 e 1949, lecionou matemática para Cabos e Sargentos Fuzileiros Navais.
Foi em Porto Lucena que João conheceu Gesy de Vlieger, que viria a se casar em 13 de novembro de 1951 e em 1953 tiveram seu primeiro filho, Gerson de Vlieger Ferreira.
Em decorrência do nascimento do filho, ele retornou ao Rio de Janeiro para licenciar-se do serviço militar, fato que o levaria a deixar definitivamente sua carreira e servir integralmente à Igreja Assembleia de Deus. Sua consagração ao ministério pastoral foi em 25 de outubro de 1953, no município gaúcho de São Borja e quando servia como pastor em Santo ngelo, nasceu sua filha Lolete.
Em 1955, ele foi transferido para Tupanciretã, onde permaneceu por dois anos e nasceu seu terceiro filho, Gilson de Vlieger Ferreira.
Posteriormente, recebeu a transferência para São Sepé pastoreando por um ano, quando foi transferido para Santa Maria-RS, permanecendo por 14 anos. Nesta cidade, sua filha Ilizete e o caçula Gilvon nasceram.
Concomitante ao ministério pastoral, também concluiu o curso de enfermagem no Instituto Científico de Química do Rio de Janeiro em 1959, formou-se em teologia pelo Seminário Bíblico Latino Americano em São José, capital do país Costa Rica em 10 de Agosto de 1964 e pela Escola de Educação Teológica das Assembléias de Deus (EETAD).
Em março de 1972 assumiu a liderança como pastor na Igreja Assembleia de Deus de Ijuí, deixando um legado de 27 anos nesta congregação. Em 24 de outubro de 1998, o pastor recebeu o chamado para liderar a denominação em Porto Alegre até 2003, quando retornou a Ijuí para o tratamento de uma insuficiência renal. Ele recebeu o título de cidadão honorário de Ijuí (1980) e de Porto Alegre (2000).
Além do pastorado, também assumiu diferentes funções em instituições da denominação Assembleia de Deus: dez vezes como Presidente, uma vez como Vice-Presidente e seis vezes como 1º Secretário da Convenção das Igrejas Evangélicas e Pastores da Assembleia de Deus no Estado do Rio Grande do Sul (CIEPADERGS); duas vezes como Membro do Conselho Administrativo da Casa Publicadora das Assembléias de Deus (CPAD); Presidente e Vice-Presidente da União dos Ministros das Convenções das Assembleias de Deus da Região Sul (UMADESUL); Vice-Presidente da Convenção Geral dos Ministros das Igrejas Evangélicas Assembleias de Deus do Brasil (CGADB).
Em decorrência de seu histórico de atuação na vida religiosa e membro da Igreja Assembleia de Deus, o pastor João foi homenageado diversas vezes em diferentes cidades e mesmo outros países, incluindo homenagem de líderes de renome da igreja, como o missionário Nils Taranger.
Sua esposa Gesy de Vlieger Ferreira atuou como professora, além de servir ao seu lado na igreja e atuar em ações filantrópicas, com destaque para o trabalho no Lar Bom Abrigo em Ijuí. Seus filhos Gerson e Gilvon se tornaram advogados, sendo o mais velho uma vez Prefeito e Vice-Prefeito de Ijuí, várias vezes Secretário de Administração, como também assessor jurídico da Câmara de Vereadores de Ijuí. Lolete se formou em Letras e História, atuando como professora em Santa Maria. Ilizete se formou em ciências, trabalhando no Banco do Brasil em Dois Irmãos e Gilson se tornou psicólogo.
O Pastor João Ferreira Filho faleceu aos 75 anos de insuficiência renal crônica e câncer. Ele foi sepultado no dia seguinte no Cemitério Municipal de Ijuí. Sua esposa Gesy faleceu aos 85 anos, em 26 de fevereiro de 2020 e também sepultada no cemitério público de Ijuí.

Fontes:
Transcrição do Documento JFF T 28 (biografia em anexo).
Histórico da Igreja Assembleia de Deus de Ijuí. In.: site da IAD de Ijuí. Disponível em: https://adijui.com.br/sobre/historia/. Acesso em: julho de 2021.

Discurso em Homenagem Póstuma ao Pastor João Ferreira Filho por Pastor Milton Cardias na Câmara dos Deputados, 23 de mar. de 2004. Disponível em: https://bit.ly/3iNBy52. Acesso em: 18/06/2021.

“8 anos sem o Pr. João Ferreira - EX Presidente da Convenção Gaúcha”, de 1 de abril de 2012 por Pr. Edinaldo Domingos. In: Blog do Pr. Edinaldo Domingos http://pr-edinaldodomingos.blogspot.com/2012/04/8-anos-sem-o-pr-joao-ferreira-ex_01.html. Acesso em: 18/06/2021

Homenagem e nota de falecimento de Gesy de Vlieger Ferreira. In: Site Rádio Progresso de Ijuí. Disponível em: https://www.radioprogresso.com.br/com-amplo-trabalho-filantropico-em-ijui-gesy-ferreira-morre-aos-87-anos/. Acesso em: 18/06/2021.

Alfredo Adolfo Beck

  • Person
  • 16/11/1912 - 04/09/2002

Alfredo Adolfo Beck nasceu em 16/11/1912 em Ijuí (fundada em 1890), Rio Grande do Sul, Brasil e era o filho caçula do casal Clotilde Tarka e Carlos Germano Beck. Alfredo recebeu o conhecimento fotográfico do pai, assim como seus irmãos e se dedicou por toda a vida à fotografia, iniciando seu trabalho como fotógrafo aos 12 anos de idade. No estúdio da família, Alfredo atuou por muitos anos e em 1926, quando seu pai faleceu, passou a administrar o negócio com os irmãos Carlos Henrique e Walter Hugo, mas após 1940 foi assumindo a total responsabilidade pelo estúdio, encerrando as atividades em 1980. Por um curto período de tempo, ele atuou em Três de Maio (1935-1937) e em Cruz Alta. Nesta última cidade, junto com seu irmão Jorge Alberto, que abriu um estúdio após o falecimento do pai em Ijuí. Alfredo casou-se com Nadir Zimmermann em 30/11/1943 e tiveram dois filhos: Rita Terezinha e Carlos Alberto. O fotógrafo também exerceu outras funções, atuando na política como membro no Integralismo da região Noroeste do estado, registrando muitas imagens desse movimento. Também foi voluntário no Museu Antropológico Diretor Pestana exercendo várias atividades, principalmente com relação ao acervo fotográfico preservado na instituição, incluindo sua participação como presidente da Associação de Integração Museu-Comunidade (atual Associação de Amigos do Museu Antropológico Diretor Pestana), a partir de 1983. Alfredo faleceu em 04/09/2002.

Eduardo Jaunsem

  • Person
  • 1896-1997

Eduardo Jaunsem nasceu no dia 11 de fevereiro de 1896 na cidade de Liepaja, na Letônia, e chegou no Rio Grande do Sul, – Brasil em maio de 1914. Jaunsem residiu nas proximidades da colônia de Ijuhy, na Linha 11, Leste, região rural, na qual onde exercia a função de agricultor e nos momentos de lazer, fotógrafo. No país, sua principal atividade foi a agricultura, mas cultivou sua paixão pela fotografia, o que repercutiu na produção de diversas imagens da zona rural, suas paisagens naturais e cotidiano do homem no campo. Jaunsem viveu até 101 anos de idade e no período de 1974 a 1986, gradativamente, decidiu -se por doar seu acervo para preservação ao Museu Antropológico Diretor Pestana. Sobre a prática fotográfica exercida por Jaunsem:
"[...] desenvolve uma experiência original tanto como fotógrafo autodidata como pelo caráter lúdico de sua produção, ao registrar o meio em que vive, a compreensão que tem desse meio, suas emoções. Visualiza a contribuição dos imigrantes, em especial dos letos, enquanto produtores agrícolas e construtores da nova sociedade” (Marques; Grzybowski, 1990, p. 11).

Embora Jaunsem deixasse a fotografia como uma função secundária para não se descuidar da propriedade rural, não deixava de contribuir para o sindicato dos fotógrafos e atualizar seus equipamentos na capital (Porto Alegre), havendo ocasiões em que era procurado na região para retratar casamentos, festas, piqueniques, entre outros eventos sociais da época. No entanto, Seus registros favoritos, no entanto, eram as paisagens, incluindo lavouras, algumas culturas agrícolas, as atividades dos colonos e elementos da natureza, tais como cachoeiras, bosques, a terra e as nuvens do céu. Seu gosto pela “natureza e o homem cotidiano é uma possibilidade de aproximar suas obras com as tendências do pictorialismo e mais tarde da fotografia moderna” (Canabarro, 2011, p. 160).

Referências:
CANABARRO, Ivo dos Santos.. Dimensões da cultura fotográfica no sul do Brasil. Ijuí: Ed. Unijuí, 2011. (Coleção Museu Antropológico Diretor Pestana).

MARQUES, Mario Osorio; GRZYBOWSKI, Lourdes Carvalho. História visual da formação de Ijuí, Rio Grande do Sul. Ijuí: Ed. Unijuí, 1990. (Coleção centenário de Ijuí; n.7).

Untitled

  • FIDENE
  • Corporate body

A instituição tem origem na criação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ijuí (FAFI) em 1957, primeira entidade de ensino superior no noroeste do Rio Grande do Sul, por articulação da Associação Ijuiense Pró-Ensino Superior (de 1956) e Sociedade Literária Boaventura (pertencente à Ordem dos Frades Menores Franciscanos, os Capuchinhos) junto à comunidade de Ijuí e região.
A implantação da FAFI ocorreu num cenário em que parte da comunidade carecia de educação superior pública, que era suprida predominantemente pela iniciativa privada, por isso, houve um número expressivo de instituições de ensino superior privado no interior do Estado. No ano de 1953, Ijuí contava apenas com uma organização chamada Centro de Estudos Pedagógicos Antônio Balbino, um espaço para capacitação de professores onde, através de cursos rápidos e trocas de experiências, buscavam o aperfeiçoamento para o desempenho profissional. Assim, a mobilização em prol da implantação da FAFI buscou atender a qualificação e habilitação para o trabalho pedagógico no ensino secundário em vigor.
Em 1961, o reflexo de desenvolvimento das áreas do conhecimento na instituição foi através da implantação do Centro de Estudos e Pesquisas Filosóficas, Centro de Estudos e Pesquisas Educacionais, Centro de Estudos e Pesquisas Psicológicas e o Centro de Estudos e Pesquisas Sociais. A atuação da FAFI na região e o Movimento Comunitário de Base tiveram forte influência nas discussões para a criação de uma entidade regional aberta e descentralizada, a fim de conduzir a expansão do ensino superior da região.
Deste modo, da ordem religiosa dos Capuchinhos para a comunidade regional, surge em julho de 1969 a Fundação de Integração, Desenvolvimento e Educação do Noroeste do Estado (FIDENE), com o propósito de encaminhar a universidade regional, dando o suporte legal, patrimonial e econômico-financeiro. Em 1970, como mantenedora, a FIDENE criou a Faculdade de Ciências Administrativas, Contábeis e Econômicas de Ijuí (FACACEI). Em 1976 foi implantado o Centro de Ciências Agrárias (CeCA) e em 1980, a Escola de Enfermagem de Ijuí (EEI). Com o passar dos anos, cada vez mais as atividades de extensão universitária foram assumindo a forma de programas e projetos específicos.
Em 1981 foram criados os Centros Integrados de Ensino Superior de Ijuí, substituindo as Faculdades. Posteriormente, a Universidade de Ijuí (UNIJUÍ) foi reconhecida em 1985, tendo-se como mantenedora a FIDENE. Na década de 1990 foram criados o Campus Santa Rosa (06/06/1990), o Campus Panambi (05/03/1992) e o Campus Três Passos (24/06/1992). Assim, em 10/11/1993 ocorreu a regionalização da Unijuí com a estrutura multicampi, viabilizando-se a mudança de sua denominação em 27/05/1994 para Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.
Em paralelo ao contexto de desenvolvimento da FIDENE, outras entidades mantidas foram surgindo, como o Museu Antropológico Diretor Pestana (MADP) 25/05/1961, o Instituto Psicopedagógico Infantil (IPPI) em 15/07/1968, que se tornou Centro de Educação Básica Francisco de Assis (EFA) em 2007, os Serviços de Editoração e Gráfica (SEDIGRAF) em 1957, Rádio Televisão Educativa (RTVE) em 02/05/1992, que se tornou Rádio Educativa Unijuí FM em 20/07/2001, o Instituto Regional de Desenvolvimento Rural (IRDER) em 05/08/1994, a Distribuidora Universitária de Livros (UNILIVROS) em 1995, o Instituto de Políticas Públicas e Desenvolvimento Regional (IPD) em 16/05/1996. Atualmente, as mantidas subordinadas à FIDENE são: UNIJUÍ, MADP, EFA e Rádio Unijuí FM.

Martin Robert Richard Fischer

  • Person
  • 10/02/1887-16/09/1979

Martin Robert Richard Fischer, conhecido como Martin Fischer (10/02/1887-16/09/1979), nascido na cidade de Koenigsberg na Alemanha, emigrou para o Brasil, no Rio Grande do Sul em 1921, após combater na 1ª Guerra Mundial (1914-1918) e concluir o doutorado. Porém, acabou retornando à Alemanha e foi redator da Agência de Notícias Wolfs Telegraphen Büro, em Berlim. Em 1934 saiu do país novamente ao aceitar um convite para representar a Agência Noticiosa Alemã (DNB) em Buenos Aires na Argentina, residindo no povoado de Passarinhos, município de Palmitos - SC, ficando até 1937, quando deixou o cargo e foi para o Rio Grande do Sul.
Ele viveu numa propriedade rural em Iraí junto com sua companheira Carlota, ainda mantendo contatos com a imprensa, como o Correio Serrano e jornais de várias capitais, até que em 1951 foi residir em Ijuí para atuar na área. Fischer foi correspondente de jornais estrangeiros, redator durante muitos anos do suplemento alemão “Die Serra Post” do Correio Serrano, editor de almanaque na língua alemã “Serra Post Kalender”, da mesma empresa, e produzia e apresentava a “Hora Alemã”, programa na Rádio Repórter de Ijuí. Como ele alimentava o sonho de criar um museu na cidade, articulou junto à Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ijuí (FAFI), com apoio do diretor Prof. Mário Osorio Marques (na época ainda Frei Frei Matias), a criação do Museu Antropológico Diretor Pestana, em 1961.
Na época, Martin Fischer passou a coletar documentos e objetos das famílias da região, formando aos poucos o acervo. Mas, para dar o primeiro passo, doou sua própria coleção de objetos indígenas (armas de pedra, cerâmica, ponta de flecha), trazidas de Iraí, e uma grande coleção de recortes de jornais, cuidadosamente catalogados e arquivados que ele vinha reunindo ao longo dos anos. Em 1973, desligou-se do Museu, deixando seu sonho realizado. No dia de seus 90 anos, recebe do governo municipal, por iniciativa do prefeito Wilson Mânica o título de “Cidadão Ijuiense”. A Fidene o distinguiu com o título de “Professor Benemérito”. Ele viveu em Ijuí até seu falecimento, aos 92 anos.

Fonte: Adaptado de Kema: informativo MADP, Ano I, Número 2, Julho 2008, p.2

Família Beck

  • Family
  • Séculos XIX e XX

A família Beck tem seu reconhecimento pelas atividades fotográficas que exerceu, iniciadas com Carlos Germano Beck, imigrante da Alemanha que se instalou no Rio Grande do Sul, Brasil, em 1896 . Primeiro, Carlos Germano e sua esposa Clotilde Tarka Beck, provisoriamente permaneceram em Silveira Martins e Cruz Alta, posteriormente, em 1897 foram residir na Colônia Ijuhy (atual município de Ijuí fundado em 1890), na Linha 2, Leste, próximo ao núcleo urbano da colônia e atuaram na agricultura e criação de pequenos animais. O casal teve oito filhos: Jorge Alberto, Reinaldo Otto, Carlos Henrique, Olga Anna, Willy Frederico, Ema Elsa, Alfredo Adolfo e Walter Hugo. A propriedade rural era administrada, principalmente por Clotilde, os filhos e empregados assalariados da família, enquanto Carlos trabalhava como fotógrafo itinerante, tanto pelas redondezas, como em regiões mais distantes do estado, viajando até por um mês, sem retornar para casa. Primeiramente, no mesmo ano em que chegou à colônia, Carlos começou a produzir fotografias sobre o local, cujo laboratório e o estúdio ao ar livre, instalados na propriedade, atendiam a população local que se afirmava econômica e socialmente . O fotógrafo ensinou o ofício aos filhos, que deram continuidade às atividades no estúdio, onde em 1908, a família deixou a propriedade rural para viver integralmente da fotografia no núcleo urbano da colônia, ainda com o estúdio na própria residência ao ar livre e realizando trabalhos itinerantes. Em 1916, Carlos abriu o primeiro estúdio em ambiente fechado e exclusivo às atividades profissionais, na principal rua da cidade, tornando-se referência no ramo e posteriormente, em 1920, o atelier foi transferido próximo à praça central da cidade. O nome dado ao estúdio foi “Germano Beck & Filhos”, com aperfeiçoamento das técnicas como o retoque, a coloração em negativos e imagens reveladas, confecção de álbuns e quadros, inclusive, o filho mais velho, Jorge Alberto participou de um curso ministrado por Virgilio Calegari (1868-1937), um dos profissionais de destaque no cenário fotográfico no Rio Grande do Sul. Após falecimento de Carlos, em 1926, os filhos passaram a administrar o negócio, principalmente por Alfredo Adolfo, Carlos Henrique e Walter Hugo, pois os demais, Reinoldo Otto e Willy Frederico passaram a exercer outras atividades no comércio, por fim, Jorge Alberto passou a atuar como fotógrafo em Cruz Alta. Na década de 1940, o atelier contava com empregados externos, devido ao falecimento gradativo dos irmãos, restando apenas Alfredo Adolfo, que assumiu a direção do espaço até 1980, ano em que encerra as atividades como profissional e fotografando eventualmente. Conforme relatório de atividades de 1975 e outros documentos do MADP, menciona-se o estúdio que Alfredo administrava como “Foto Beck”.

Fonte:
CANABARRO, Ivo dos Santos.. Dimensões da cultura fotográfica no sul do Brasil. Ijuí: Ed. Unijuí, 2011. (Coleção Museu Antropológico Diretor Pestana).

Arquivo FIDENE/Museu Antropológico Diretor Pestana. Acervo MADP.